outra verdade: não vejo os outros. simplesmente,
não vejo nada quando a tal tristeza chega para me torturar como tortura. mas
hoje foi bom saber que não estou sozinha, ou que , pelo menos, não sou caso
único. não sou a única a sentir-me, em certos momentos, em baixo. sim, toda a
gente sabe que TODOS temos momentos assim. mas ouvir os outros a deixarem-se
ser tão vulneráveis e a abrirem-se neste contexto foi, realmente, o que me
levou a acreditar mesmo nisso. hoje, acredito nisso.
é que, para além de ver e de sentir, preciso de
ouvir para perceber, para acreditar. preciso de ouvir muitas vezes. e isto de
ouvir e de precisar de ouvir não se aplica só a este caso. aplica-se a quase
tudo. também preciso que me digam que gostam de mim, muitas vezes, quando
gostam. senão deixo de acreditar.
não sei se deveria ser assim. não sei se é mau
ser assim. mas considero que a parte em que estou a ouvir é boa. pelo menos,
estou atenta a alguma coisa. pelo menos, há coisas que me chamam a atenção.
ouvir é bom. essa parte sei que é boa. agora, o resto, não sei mesmo. ou talvez
saiba e, como acontece demasiadas vezes, não queira dizer, ou, simplesmente,
não queira pensar nisso. não gosto de pensar muito em determinadas coisas,
porque tenho medo das conclusões, sejam elas quais forem.
e em relação ao facto de não ver nada, sendo que
esse não ver nada inclui não conseguir ver os outros, nos tais momentos de tristeza, é uma
coisa que tenho de melhorar. é urgente. é importante. tenho de me contrariar.
porque, nessas alturas, sou, definitivamente, egoísta. sou tão egoísta e egocêntrica que
chego a nem me reconhecer, porque gosto de pensar que não sou assim
constantemente.
(título: "Paperweight by Joshua Radin & Schuyler Fisk")
(fotos: simplesmente porque sinto falta e tenho saudades - tiradas pela LU!)
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